½ dúzia de coisas distinguem Homens Burros de Mulheres Inteligentes.

É de senso comum a jactância da superioridade intelectual dos homens sobre as mulheres. Porém, ipso facto, não é o que estamos a observar no apagar das luzes da primeira década do século XXI. Enquanto vemos homens se descerebrando, mulheres auferem quociente intelectual, num terreno outrora possessão unicamente masculina.

Características das Mulheres Inteligentes.

1) Descolamento bastante desenvolvido: que é a capacidade de assumir as próprias escolhas independentemente de cobranças sociais.

2) Sucesso na carreira: elas são tão formidáveis na carreira, que chegam a intimidar os homens por sua competência e ousadia. Porém, sucesso no trabalho pode significar azar no amor...

3) Restrições no relacionamento: você acha sinceramente que uma mulher inteligente se enrabicharia num homem burro? Como o mundo masculino é povoado por bestas masculinas ao quadrado, em eterna disputa pelo troféu de macho procriador, restam poucas chances deste tipo de mulher encontrar a sua cara-metade na quintessência do infinitésimo universo dos Homens Inteligentes*.

4) Sensibilidade artística altamente desenvolvida: mulher inteligente tem o gosto apurado por artes plásticas, teatro, música erudita, poesia, literatura, etc., que aumenta proporcionalmente ao descolamento.

5) Densidade cultural: um ser que consegue tergiversar tanto sobre as minúcias dos mais recônditos contrapontos da Arte da Fuga de J.S. Bach, quanto glosar as sutilezas da prosa de William Shakespeare, merece ser ouvida ao longo de uma mesa de mogno sob a regência de um puro-sangue Romaneé-Conti.

6) Autonomia sexual: a mulher inteligente sabe tomar as rédeas e, portanto, ela sai em busca da sua satisfação. Está comprovado cientificamente que mulheres inteligentes se satisfazem mais na cama [Papo de Homem].
(Pena que diminuem as chances delas praticarem tais conquistas evolutivas, como você verá adiante.)

Homens Burros.

Detalhe da colagem de Richard Hamilton, 1956.

1) Colabamento psíquico/físico: o homem burro moderno tem a psique absolutamente colabada ao seu corpo, ao ponto de repaginar o velho adágio bíblico “da academia nasceste e na academia morrereis”.

2) Zero pelos no corpo: hoje é difícil convencer os adolescentes de que o crescimento de pelos uniformemente distribuídos pela superfície do corpo masculino é um fato natural, uma vez que todos os homens, exceto o Tony Ramos, surgem na TV como se fossem depilados de nascença.

3) Implante nos cabelos: mesmo antes de dos 40 anos, “crescem-lhes” misteriosos tufos de cabelo no lugar da famosa coroinha de calvice trazida pelo avanço da idade.

4) Músculos altamente desenvolvidos: cultivam o entumescimento e delineamento de bíceps, peitorais, dorsais, oblíquos e naturalmente a granítica barriga de tanquinho.

5) Doses razoáveis de testosterona sintética no sangue: apesar de todos eles negarem até a morte o uso de anabolizantes e verberarem veementemente contra o uso de drogas.

6) Camiseta regata sobre os peitorais: a coroar uma vida vazia dedicada à aparência, o vestuário deve moldar as protuberâncias musculares e as reentrâncias delineadas pelo reduzido índice de gordura corporal.

Conclusões:
A Pop Arte já antevira o aparecimento do homem padrão industrial, como pode ser constatado na famosa colagem Pop de Richard Hamilton concebida em 1956 intitulada “Just what that makes today's so different, so appealing?”

Assim, diante de tanto metrossexualismo barato e tantos corpos sarados e descerebrados, como se dão as Mulheres Inteligentes? Segundo suas textuais palavras “achar homens que vão além de um mero feixe de músculos é tarefa cada vez mais quixotesca”.

Por isso, não me admira encontrar muita Mulher Inteligente encalhada ouvindo melancolicamente fugas de Bach numa velha electrola RCA Victor.

Método para adentrar à quintessência do Homem Inteligente.
Se você quer virar um Homem Inteligente da noite para o dia, e nunca é tarde, lime o seu intelecto sob os eflúvios sonoros da magnificência exacerbante da Música Universal, consubstanciada na Arte da Fuga de Johann Sebastian Bach.
Para ouvi-la, basta baixá-la do Blog [P.Q.P.Bach]. (Pena que eu não possa emprestar-lhe os meus Long Plays e nem a minha Electrola RCA Victor.)

*A modéstia, uma qualidade que me faltava até ontem, não me permite revelar que pertenço a ele, ou melhor, todos os homens aqui retratados compartilham da mesma sapientíssima certeza, conferida pelo cromossomo Y, de que pertencem a ele.