Como transformar sua esteira elétrica doméstica numa profissional?

Considerações sobre o grave problema do amortecimento, que ocorre na maioria dos modelos existentes no mercado.

Decorridos mais de 2 anos depois de ter escrito o artigo "O que devo saber antes de comprar um esteira ergométrica?", posso dar um testemunho mais abalizado das minhas experiências com este aparelho.

As minhas impressões foram baseadas no uso não diário, mas sistemático, da esteira eletrônica descrita no artigo anterior "Primeiras impressões sobre a esteira Embreex 1052 ST?".


A primeira consideração a fazer é que, se você não tem muito espaço e nem muito dinheiro para montar uma academia na sua casa, o aparelho que reúne maiores condições para a obtenção/mantenimento de condicionamento físico em casa é a esteira ergométrica. Contudo, a maioria dos neófitos vai ao mercado e, diante das centenas de modelos ofertados, acaba comprado errado, o que redunda no abandono do aparelho com menos de um mês de uso.

Apesar de ter comprado uma esteira eletrônica semi-profissional dotada de amortecimento, neste período senti os efeitos do precário sistema de amortecimento de dois pontos. Por isto, não recomendo a compra de esteiras com apenas dois amortecedores (e muito menos com nenhum), pois comecei a ter dor nos joelhos e a minha esposa a sentir cansaço.

Adicionado ao fato de que a nossa principal forma de caminhada seja ao ar livre, o uso da nossa esteira foi ficando mais esporádico, até que neste inverno resolvi pegar o touro pelos chifres. Para tanto, introduzi algumas modificações que as fábricas poderiam muito bem implementar, não fosse a ganância pelo lucro e o descaso com a saúde dos consumidores.

Profissionalizando o amortecimento.
Substitui os dois tarugões de borracha duros feito pedra, que a fábrica insiste em usar como amortecedores, por peças de silicone (enjambradas com travadores de porta). Além disto, implantei na parte traseira dois mancais de silicone, já que neste tipo de esteira esta área da prancha é simplesmente fixada com parafusos, o que aumenta o impacto sobre as articulações.

Para a introdução desses melhoramentos, tive que fazer várias modificações e alterar algumas regulagens até que a esteira ficasse com a cara do dono. Pelo fato da maioria das pessoas não reunir condições técnicas para proceder modificações nas suas esteiras, a minha dica é que na hora de comprar uma, não perca o foco com fricotes, tais como monitoramento cardíaco, potência do motor, lona anti-derrapante, etc., e se concentre no quesito principal.

Se o seu principal critério na hora da compra se restringir ao sistema de amortecimento com no mínimo quatro pontos de ancoragem, certamente escolherá uma bela esteira, pois só as melhores esteiras eletrônicas do mercado levam em conta a saúde articular dos sujeitos.

Em tempo: ontem mesmo testei a minha “nova” esteira com as gambiarras implementadas e os resultados foram espetaculares. Falando praticamente, transformei um equipamento de 2000 reais num de 10000, gastando menos de 50 reais. Caso seja de bom alvitre, publicarei mais tarde o passo-a-passo das modificações feitas, pois talvez seja a única maneira dos pobres de grana e ricos de espírito usufruírem os benefícios de uma esteira profissional no conforto das suas casas.

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