Diário de Darwin comentado - parte 16.
Neste ponto da viagem Darwin ficou sozinho no Rio, pois o Beagle teve que retornar à Bahia para refazer algumas medições topográficas (Casa da Ciência).
No ano em que Darwin chegou ao Brasil (1832), este gigante pela própria natureza, tinha um Imperador ainda criança e era governado pela Regência Trina Permanente. Embora deitado eternamente, havia muito decontentamento político e social que gerou uma série de movimentos revolucinários como a CABANADA, que agitou as matas ao sul de Pernambuco e norte de Alagoas (Fernando Dannemann).
Nesse mesmo período, na Bahia, ocorreram vários movimentos, Classificados, na historiografia, sob o título genérico de “Movimentos Nativistas” e um dos quais eclodiu no Recôncavo Baiano, em 1832, a partir da Vila de São Félix, chegando a estabelecer um governo provisório (Wikipédia).
A história mostra que os movimentos sociais sempre agitaram o nosso "berço esplêndido" e que na atualidade eles são bem "mais pacíficos", por mais fortes que sejam as tintas usadas para divulgá-los, nacionalmente.
Porém, em 1832, não havia como se tomar conhecimento de eventos tão extraordinários em todo o território nacional, por isso eles ficavam circunscritos à sua vizinhança mais imediata. Assim, Darwin relata a vida cotidiana numa das maiores cidades do Brasil, que vivia seu período de Regência.
Para saber como viviam os cariocas em 1832 leia as observações de Darwin no Teliga.net.
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Darwin um homem genial cujo legado para a comunidade cientifica " A Origem das Espécies" de um mérito indiscutivel é digno do nosso reconhecimento pelo seu esforço e dedicação.
ResponderExcluirSem pretensões, vou expressar o meu ponto de vista sobre a espécie humana.
O Homem é um prematuro.
Para fazer o que faz, precisaria de permanecer no ventre materno mais 20 anos, mas isso não é possível; assim, nasce no termo de 9 meses, tendo, portanto, de receber por cultura aquilo que a natureza lhe não deu.
Frágil segundo a natureza e sem especialização, tem de criar uma espécie de segunda natureza ou habitat, precisamente a cultura, sua origem, e não na natureza.
Os outros animais nascem feitos, o Homem, nascendo por fazer, em aberto, tem de fazer-se a si mesmo e caracteriza-se por essa tarefa de fazer-se com outros numa história aberta, em processo.
Assim, no processo de nos fazermos, o outro aparece inevitavelmente. O outro não é adjacente, mas constitutivo. Só sou eu, porque há tu, em reciprocidade. O outro pertence-me, pois é pela sua mediação que venho a mim e me identifico: a minha identidade passa pelo outro, num encontro mutuamente constituinte.
Então, o outro é vivido sempre como fascinante e ameaça. Os gregos, por exemplo, chamavam bárbaros aos que não sabiam falar grego, mas tinham fascínio por outros povos, concretamente pelos egípcios.
O outro é outro como eu, outro eu, e, simultaneamente, um eu outro, outro que não eu.
Daí, a ambiguidade do outro. O outro enquanto outro escapa-se-me, não é dominável.
Nunca saberei como é viver-se como outro.
Quando olhamos para outra pessoa, perguntamos: como é que ela se vive a si mesma, por dentro?, como é que ela me vê?, como é o mundo a partir daquele foco pessoal?
No quadro desta ambiguidade, entende-se como, por medo, ignorância, desígnios de domínio, se pode proceder à construção ideológica e representação social do outro essencialmente e, no limite, exclusivamente, como ameaça, bode expiatório, encarnação e inimigo a menosprezar, marginalizar, humilhar e, no limite, abater, eliminar.
Num mundo global, cada vez mais multicultural e de pluralismo religioso, é urgente repensar a identidade e avançar no diálogo intercultural e inter-religioso.
isso e muito interessante
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