A cromoterapia tem sido usada historicamente no tratamento de doenças. E se, além disto, pudéssemos usar as cores para aquilatar a saúde do indivíduo?
Na qualidade de maior órgão do nosso corpo, a pele é um livro aberto onde verdadeiramente são escritos os resultados das nossas boas e péssimas escolhas e é nela que será inscrito o sinal derradeiro.
Rosa --------» bebê.
Começo esta série de cores com o estereótipo do bebê johnsons. Herdamos da natureza corpos saudáveis, lindos, bochechudos, e de cores rosáceas. Tais cores começam a se distorcer quando os caminhos existenciais enfrentam tortuosidades.
Verde -----------» carência vitamínica.
A chamada “doença verde”, muito comum até o início do século XX, acometia meninas adolescentes e era caracterizada por palidez, fraqueza, cansaço, irritabilidade, constipação, etc. Sabe-se hoje que ela era causada principalmente por deficiências vitamínicas. Atualmente, assistimos passivamente o ressurgimento da Clorose, uma vez que os nossos adolescentes se alimentam exclusivamente de comida-lixo.
Laranja -----------» bronzeamento artificial.
Não há coisa mais demencial do que uma pessoa se tingir de laranja por vergonha de ostentar a sua cor branca natural. Apesar da demência estar na moda, mesmo assim o laranja não pode ser objetivamente confundido como sintoma de saúde.
Vermelho -------» excessos.
Pessoas com aparência rotundamente vermelha são famosas por seus excessos alimentares resultantes do consumo abusivo de carne vermelha, gorduras, sal, doces, álcool, etc. Os tipos sanguinos estão intrinsecamente imbricados aos hábitos glutões.
Marrom ----------» tanorexia.
Os viciados em exposição solar apresentam o quadro da dor das peles destruídas pelos raios ultravioleta. No entanto, a pele é apenas a ponta do iceberg de uma equação mortal, pois alguns tipos de cânceres originados na epiderme lançam metástases para outros órgãos vitais. Portanto, um corpo amarronzado pelo sol jamais será um sintoma de saúde.
Amarelo -------» anemia.
O hábito arraigado da alimentação com valor nutricional nulo: fast-food, batatas fritas, refrigerantes, doces, frituras, alimentos refinados, etc, tem levado inúmeras pessoas à anemia por deficiência de ingestão de ferro.
Azul ----» tabagismo.
É triste ver alguém fumando com 20 anos de idade, pois está cavando a própria cova ao término dos próximos 20 anos. O principal sintoma do fim que se aproxima é o aparecimento da “doença azul”, quando as extremidades do corpo começam a se tingir com esta cor. É quando começa a verdadeira via crucis de amputações por causa dos processos de gangrenas e necroses provocadas pelo cigarro, que literalmente extermina os vasos sanguíneos periféricos.
Tá certo, você vai me acusar de ter escolhido como "modelo" um verdadeiro pudim de trago, porém posso assegurar que este "pudim" fuma também.
Branco ----» drogas.
Os viciados inveterados em drogas pesadas injetáveis tendem a ficar com a pele branca como porcelana. Depois de posar, a “velha” de 27 anos da foto teve os seus dois braços amputados, porque a heroína termina consumindo todos os vasos sanguíneos periféricos (alguma semelhança com o cigarro?).
Roxo -----» cianose.
Aquilo que leigamente identificamos como um sujeito ficando “roxo” e os médicos insistem em chamar de cor azulada, trata-se da cor de pele resultante da falta de oxigenação sanguínea, que é um sério sintoma de insuficiência cardíaca, entre outras causas.
Negro -----» gangrena e necrose.
O fim da nossa viagem se dá com a cor mais próxima da morte, quando se sucedem os maiores graus de decrepitude humana. A mão da foto é o retrato fidedigno de um cocainômano apresentando necrose resultante das picadas de cocaína.
Conclusão.
Manter as cores naturais mais próximas do bebê johnsons ao longo da vida é uma simples questão de cultivar hábitos saudáveis, tais como cultivar uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos, abster-se de excessos, ou seja, sentir o prazer resultante da saúde, pois dela emana uma cor que pode ser descrita como a luz do mundo. No entanto, nada disso será válido enquanto houver problemas de cuca, uma vez que os antigos diagnosticaram há séculos que um corpo sadio vem em consequência direta de uma mente sã (MENS SANA IN CORPORE SANO).
O artigo despertou meu interesse pela imagem do bebê: que fôfo. Mas as demais, que susto!
ResponderExcluirVersando sobre o pecado da gula, dentre "Os Sete Pecados Capitais", corroboro sua teoria ao dizer que, "Morada da alma: “Orandum est ut sit mens sana in corpore sano” (Reze para que a mente seja sã dentro de um corpo são), como rogou o poeta satírico romano, Giovenale, o corpo requer boa alimentação, higiene e exercícios físicos regulares.
Todo vício é um excesso e o de comida embota a mente, pois o estômago, quando não é reprimido enfraquece a alma, tornando-nos menos humanos e mais animais. Belzebu é um demônio que inverte assentadas hierarquias: ao invés de comer para viver, vive-se para comer.
As filhas do pecado da Gula são: imundice, embotamento da inteligência, alegria néscia, loquacidade desvairada, expansividade debochada: “vício capital é aquele do qual – a título de causa final – se originam outros vícios, enquanto o objeto do vício capital é desejável intensa e imediatamente” ensina Jean Lauand, ao apontar que uma das condições de felicidade é o prazer e nada nos dá mais prazer que comer e beber. Aplacar a gula requer temperança.".
Bjs, lu.
Curti o post! Eu ri da foto da Kristen verde kkkkkkkkkkkkkkkk mais enfim os habitos e a alimentação das pessoas esta diretamente ligado com as patologias relacionadas com as cores, se todos obedececem os limites do proprio corpo e cuidassem desse bem que Deus nos deu, seriamos mais felizes e não seriamos obrigados a ficar com os olhos sangrando de ver esse arco-iris macabro. Parabens pelo post! beijão e obrigada pela visitinha no meu blog!
ResponderExcluirDou nota 1000 pra esse post, visto que vc, como poucos, ataca o âmago do problema. Quem ler, deve estar se sentindo um maria-vai-com-outras.
ResponderExcluirHoje, quem disser que gosta de sua qualidade branca, é tido como preconceituoso ou careta.
O "normal" é se bronzear(vermelhão) ou ser marrom. Quantas vezes vemos mulheres amarronzadas que quando tiram a parte superior/inferior do biquíni, aparece o resto branco? Ridículo, nojento.
Luciene Felix,
ResponderExcluirou porque não, como seu próprio nome sugere "Luz Feliz"?
A luz é tudo nas nossas vidas, para o bem e para o mal. Absorvendo-a ou emitindo-a, o ato de viver é uma troca constante de luzes até que a negritude se apodera da alma para dar início a mais um ciclo de treva-luz. Recomendo enfaticamente a leitora do seu artigo sobre pecados capitais, no seu Blog, sob o viés da Filosofia Clássica.
PunhadodeBatons,
me obrigo a reconhecer que as pessoas até desejam levar uma vida saudável, só que a ansiedade brutal as leva ao caminho dos excessos. Gostei da metáfora "arco-iris macabro", pois vê-se que você viajou liricamente além do texto, parabéns (quisera ter sido tão lírico)!
Anônimo,
não sabemos onde erramos, mas cada vez mais sentimos vergonha da saúde e ostentamos com orgulho a doença. Quando alguém se torra no sol, é um prenúncio sério de que algo vai se quebrar na genética deste infeliz. No entanto, ele se jacta do triste resultado da sua burrice.
A sociedade moderna criou a ilusão da omnipotência e da possibilidade da eliminação de todo o mal
ResponderExcluirO ideal de uma sociedade perfeita e sem conflitos, de uma vida sem dor e sem sofrimento, e até a de uma existência sem morte.
Não me recordo de quem escreveu, mas a ideia ficou-me bem gravada.
“A saúde não é a ausência de perturbações mas sim a força de viver com elas”
Existir, implica a capacidade de viver, dizer um sim à vida que não exclui a aptidão para integrar o sofrimento e a própria morte.
Só uma existência com sentido, isto é, uma vida amante e amada poderá reconciliar-se e encontrar sentido para a morte.
Mario,
ResponderExcluira sua intervenção me faz lembrar que a pedra de toque da vida moderna é chutar as consequências da devassidão para os recursos tecnológicos da medicina.
Enquanto o personagem Dorian Gray de Oscar Wilde transpunha para o quadro os resultados dos seus excessos, preferimos transferi-los para as pílulas; que mitigam a hipertensão, quando poderíamos eliminar o consumo de sal, baixam a glicose com a injeção de insulina, ao invés de eliminarmos o açúcar branco da dieta, emagrecem à base de moderadores de apetite e cirurgia bariátrica, ao invés de adotarmos a moderação.
Então, ao invés de seguirmos o princípio hipocratiano que preconiza fazermos do alimento o nosso remédio, preferimos tomar remédios para continuarmos a nos fartar do veneno nosso de cada dia.
Todavia, sabe-se que a medicina atua somente ao nível paliativo, pois não se pode pensar em efeito curativo enquanto o doente não desenvolve a mínima intenção de renúncia às causas dos seus flagelos.
A tragédia desta opção são os efeitos colaterais introduzidos no organismo por remédio alopático, que transforma a vida das pessoas num inferno e os seus corpos num arco-íris macabro.
Isaías,
ResponderExcluirGenericamente,subscrevo as suas afirmações.
O meu texto, foi pura dissertação.
A nutrição tem um impacto profundo em quase todas as grandes doenças das sociedades ocidentais. Hipócrates dizia: "Deixa a tua alimentação ser o teu remédio e o teu remédio a tua alimentação"
Porém, a roda dos alimentos está em constante mutação.
Por isso, escrevi genericamente.
Também, tenho a certeza que a falta de actividade física nunca foi tão acentuada como nos nossos dias. Além disso nunca se ingeriram tantos alimentos processados, nunca se passou tanto tempo dentro de 4 paredes, dependente de luz artificial, nunca se ingeriram tantos medicamentos, nunca se procedeu a tantas cirurgias, nem nunca o homem esteve tão exposto a uma tão grande poluição química, electromagnética e de informação.
Neste contexto de saúde tudo isto é parte integrante.
Alterar profundamente todos os nossos hábitos é uma tarefa hercúlea.