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19 de out. de 2010

Uma decepção chamada Marina Silva.

Sua proposta de um novo paradigma e o simples nome Silva prometiam. Sonhei e acreditei na onda verde ao ponto de querer surfá-la. Mas, depois vieram as águas do Gabeira e as mixórdias do PV que varreram definitivamente os sonhos “Imagine” de Lennon.



A parcela da população que embarcou na onda verde, caiu na real diante da firme decisão de decidir não decidir coisíssima alguma. Simplesmente ela se achou no direito de posar angelicalmente muito acima das sujeiras dos partidos e se eximir de cooperar com qualquer futuro governo. Enquanto isto, o eleitorado inteligente aplaude seus titubeios? Não, qualquer hominídeo inteligente percebe muita coisa depois que ruiu o castelo de cartas em frangalhos feito colcha de retalhos, em fragmentos constituídos pelos mesmos anões fisiológicos de sempre, neste caso, duendes safados disfarçados de floresta sustentável.

Quando poderemos sonhar verde, que não seja com o incrível Hulk? Infelizmente, mergulhei em mais um delírio eleitoral de outubro, disparatado pelas ventanias da primavera. Será que os PVs de outros países são igualmente sacos de gatos? Responda quem puder me alcançar a primeira pedra.

A Gisa conseguiu verbalizar o grito preso na garganta de nós-outros órfãos da esperança verde:

25 comentários:

  1. Olá Isaias,

    Primeiramente, o link que passou no fim leva a lugar nenhum.

    "Segundamente", a parte em que diz: "angelicalmente muito acima das sujeitas dos partidos...", poderia soar melhor se o sujeitas fosse trocado por sujeira, ou é exatamente isso o que está escrito?

    "Terceiramente e não menos importante", da mesma forma que você, eu também surfei em mares verdes e cheios de ondas de meio metro neste outubro de 2010, e como muitos homo sapiens que têm o QI maior que 1 pude notar que passada a época eleitoreira, ou melhor, as ondas de meio metro que a Marina e seus ideais levantaram vi que o mar não estava para peixe e sim para tubarão. E por incrível que pareça, ou nem tanto, são os mesmo de sempre. Aqueles que a cada ano que passa, acredito mais e mais na imortalidade.
    Estou na dúvida agora de quem é o mais velho da turma. Hebe, Sarney, Palmeirinha ou Gabeira?

    PS.: Parabéns pelo post.

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  2. Renato,
    primeiramente, você é o tipo de leitor que todo o Blog sonha ter.
    Segundamente, tá errado o "sujeitas" é sujeira mesmo, o famoso erro fatal.
    Terceiramente, bem vindo à prancha quebrada.
    Quartamente, arrumei o link partido.
    Quintamente, parabéns pela argúcia, a Marina deveria ter pensado 200 mil vezes antes de ter perdido a todos nós.

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  3. E foi apenas um sonho verde com ondas de calor...Estou sonhando com ondas de outras cores.

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  4. Não vejo assim. Talvez ela até tivesse vontade de crescer politicamente com algum apoio, mas sua consciência não permitisse.

    Ela saiu do PT exatamente porque não concordava e sua posição era contrária ao PSDB, qualquer escolha neste momento implicaria em uma certa contradição.

    Talvez se os políticos tivessem a firmeza dela, nem tudo na política seria válido e, assim, talvez pudesse ser mais digna.

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  5. Minha maior decepção foi ainda com Gabeira.
    Da Silva eu já esperava qualquer coisa mesmo.

    ótimo post.

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  6. Liz Marinho,
    se a condição do Gabeira não fosse a de um anão feio ventindo sunga de crochê, teria merecido um artigo. Eu também achei um dia que o cara era merecedor de respeito.

    Hugo Meira,
    dizem que o Lula é burro, mas a Marina demonstra ignorância sobre a história recente do Brasil. Depois que o Brizola ficou em cima do muro no episódio do "sapo barbudo" na eleição de 1989, seu declínio foi irreversível em direção à lama da história. Na próxima eleição presidencial, ele contou com um pentelionésimo da parcela de votos que havia angariado.
    A Marina tentou repetir aqui o fake Obama nas Redes Sociais, um cara que nunca soube o que é Twitter, "dialogava" pessoalmente com os eleitores. Por falta de assessoria, ela se engessou a uma presença meramente institucional e não conseguiu reproduzir a bola de neve do fenômeno Obama.
    Dos antigos nanicos que fizeram sucesso, Brizola, Heloisa Helena conseguiram brilhar uma única vez e com Marina não será diferente, pois o sonho daqueles que acreditaram na possibilidade dela vir a ser a 3ª via se desvaneceu. Game Over!

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  7. Desculpa mas eu não entendi em que ponto você se decepcionou com a Marina.

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  8. Bruna,
    motivo da decepção: remontando a Maquiavel a arte de fazer política é assumir posições. Ora, Marina se declarou neutra no cenário do 2º turno, ficou em cima do muro, não está apoiando nem Deus, nem o Diabo.
    Quando do alto dos seus 20% ela tinha todas as condições de se tornar protagonista do projeto verde, preferiu roer a corda, sair do cenário, cerrar as cortinas e apagar as luzes, como se o projeto verde se esgotasse porque uma eleição foi perdida.
    Ora, a luta pela sustentabilidade não pode se restringir a este ou àquele governo, já que ela tem que ser acima das pessoas e dos partidos e Marina negou esta ideia, maior preferindo lavar as mãos como Pôncio Pilatos.

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  9. Pensei que fosse sobre isso mesmo, mas discordo de você.
    Marina assumiu sim uma posição acredito eu. Nem Serra nem Dilma apresentaram até agora (em minha opinião) projetos que sejam compatíveis com os projetos dela. Lembrando que ela deixou o PT em grande parte (não só pela corrupção porque isso sempre teve) por não concordar com os obras do PAC, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
    Marina sempre defendeu um debate de ideias e o que nos vemos é um "toma lá da cá".
    Seria hipócrita ela deixar tudo o que disse no primeiro turno, assim ela decepcionaria muita gente.

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  10. Bruna,
    você esposa uma opinião respeitável, mas acho que as discussões ambientais vão muito além de Dilma e Serra. Os 20% do eleitorado confiantes no projeto verde sinalizam que queremos avançar mais do que desenvolvimentismo e gerencialismo típicos de Dilma e Serra.
    A pergunta que fica é: Marina desaparece depois das eleições e se afasta do futuro governo? Foi para isto que sonhamos? Quando acreditei no programa deles, não foi na expectativa de que a coisa se resumisse a algo tão primário como ganhar e perder e sim na inserção das premissas ambientais no futuro governo, seja de Dilma ou Serra.

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  11. Nada melhor para a definir que uma citação do genial Rui Barbosa

    " Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado"

    Toda a verdade é parcial sem dúvida.
    Tenho a minha, mas o mais importante é que não sou um mensageiro do apocalipse,nem possuo dons adivinhos mas, sinceramente as minhas expectativas são as piores quanto ao futuro do Brasil nas mãos da Dilma.

    Uma mulher de histórico político, digamos pesado e porque não sujo, sem nenhuma experiência administrativa como chefe de executivo; uma pessoa com limitações no trânsito político de Brasília devido a empáfia, arrogância e prepotência.
    Uma pessoa que foi (ou será no segundo turno, salvo se houver uma reviravolta) eleita porque Lula a fez junto do seu imenso e fiel eleitorado.

    O que se pode esperar disso?
    Será que terá o mesmo apoio que Lula teve junto do meio político e na sociedade no momento em que estourar qualquer escândalo?
    Será que tem envergadura para se sustentar no poder?

    Não haverá turbulência séria a ponto de afectar a economia brasileira e por consequência o povo?

    O que expressa o meu pensamento, são, mais uma vez as palavras do genial Rui Barbosa.

    De tanto ver triunfar as nulidades,
    de tanto ver prosperar a desonra,
    de tanto ver crescer a injustiça,
    de tanto ver agigantar-se os poderes
    nas mãos dos maus;
    o homem chega a desanimar da virtude,
    a rir-se da honra,
    a ter vergonha de ser honesto."

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  12. Isaias; Muito oportuno a sua alusão ao Obama. Excelente.

    Com a sua permissão um aditamento.
    O presidente mais famoso do mundo, está a trabalhar numa alteração legislativa que vai garantir mais poder de escutas às autoridades norte-americanas, mas desta vez na internet. Dizem os serviços secretos que a sua capacidade de apanhar suspeitos em escutas comprometedoras é cada vez menor, dado que as comunicações passaram do telefone para o on-line.
    Está visto que vai comprar mais uma guerra. É que a internet não pode funcionar como as antigas companhias telefónicas. E as autoridades de um país não podem exigir nada a empresas que operam globalmente.
    Este tipo de pacotes esperam-se na China, na Índia, do Paquistão e no Dubai.
    Não se esperam dos Estados Unidos.

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  13. Mario Ventura de Sá,
    a ascensão de um "presidente nativo da era digital" foi tão falsa, que o primeiro ato do novo governo recém empossado na Casa Branca foi proibir quaisquer atividades dos seus membros no Twitter, por razões de segurança. Ooooops! Depois que eles se deram conta da gafe de que seu querido presidente havia se elegido graças à sua pretensa campanha neste Rede Social, deixaram a conta do Obama intacta para salvar as aparências.
    Na realidade, temo que os campeões da liberdade odeiem mais o espírito libertário do que os campeões da repressão na Internet: Brasil(*), Índia, China, Paquistão, Dubai, etc, com uma única diferença, eles procedem as mesmas artimanhas sujas dos repressores, só que debaixo dos panos.

    (*) este é o país que mais pede no mundo a remoção de conteúdo da Rede e a sua justiça frequentemente emite sentenças afrontantes à liberdade de expressão na Internet. A nossa maldita herança positivista ainda vai acabar conosco!

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  14. Marina fez bem em ficar neutra... Ela ñ poderia tentar agradar a gregos e troianos!Ela tem suas idéias, e ñ poderia jogar tudo no lixo apoiando um dos partidos, se ela apoiasse ia ficar uma certa contradição! Ia decepcionar muitas pessoas.. entre elas eu
    E o Gabeira é um FDP! e nem por isso Marina perdeu a pose xD Guerreira =D

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  15. Ainda bem que todo mundo concorda que o Gabeira em tremendo FDP!

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  16. Desde já as minhas desculpas. Por lapso, postei quando estava a visualizar. Deste modo,o texto contem erros gramaticais. Assim, vou postar de novo ,após as correcções.


    Entraram numa época difícil sem terem a menor ideia do tempo que vai durar.
    As mentiras, os escândalos políticos e financeiros os comportamentos erráticos deste Governo não conseguem dar uma medida de segurança e de esperança.
    Vivem na incerteza.
    O Brasil oscila entre a megalomania e a depressão. Os analistas e os jornalistas tornaram-se, ora nos profetas da desgraça, ora em absolutistas.
    As honrosas excepções, são uma minoria que resiste, que não se submete ao poder vigente.
    Até quando? Ninguém sabe.

    Não admira que os pais olhem para os filhos e pensem: emigração.
    Os pais pobres vêem a emigração como uma fuga à miséria e ao desemprego.
    Os pais ricos e os remediados, estes à custa de sacrifícios, querem colocar os filhos em escolas e universidades estrangeiras, em instituições de prestígio, sabendo que existe um seguro nessa emigração. Os que quiserem voltar para o Brasil não partilharão os vícios da educação e dos hábitos improdutivos e burocráticos dos brasileiros e terão a dupla vantagem de serem brasileiros estrangeirados que querem salvar a pátria em vez de tirar proveito dela.
    Educados noutra ética de trabalho e de disciplina, não repetirão os atavismos brasileiros.

    Como é que se sai disto, pergunta certamente o povo?

    O papel do homem comum (proveniente dos vários sectores da sociedade), através da crítica, da partilha de opiniões e do confronto de ideias, poderá ser um contributo na construção de uma sociedade mais informada e por isso mais capaz de ter critérios de exigência superiores.

    Todos têm um papel a desempenhar.

    Para já é importante fazerem um check-up regular e analisar a causa das "coisas", e estarem preparados para os desafios do futuro.

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  17. Mario,
    publiquei meu trabalho de conclusão de um curso de pós-graduação justamente sobre o tema das causas da predisposição brasileira aos "hábitos improdutivos e burocráticos": Tensionamentos filosóficos sobre Distinções entre Ética e Moral na Política Brasileira.
    O nosso principal problema é que como nunca quisemos renunciar ao sistema, temos optado indefinidamente pelo modelo personalista da troca de pessoas. Assim, quando tudo dá errado, vão-se as mãos e os anéis e o corpo fica.

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  18. A tese, digo eu, é maravilhosa, li e reli. Porém tenho que a ler muito mais vezes e reflectir. Não sei quantas. Deu-me um prazer indescritível. Penso que vislumbrei “ Lógica – Aristóteles “ mas não posso afirmar.

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  19. Mario,
    acreditava em inspiração hegeliana, mas de Aristóteles nunca conseguimos nos livrar.

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  20. Reafirmo, maravilhosa. Acrescento é um diamante.
    Sem dúvida “ Hegel “. Não vislumbro Aristóteles.

    Grande lição e o mais surpreendente, encontrei nela a resposta para uma dúvida que me atormentava.
    Portugal é uma sociedade montada numa espécie de “ Sebastianismo “, os genes estão presentes no Brasil.

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  21. Com a sua permissão, penso que é justo partilhar a minha visão sobre o Portugal de hoje. Os problemas não existem só no Brasil.


    Estamos a viver uma fase de transição em rupturas (a mudança se opera-se também na própria forma de mudar). Transição da economia industrial para a do conhecimento e do capitalismo patrimonial para o financeiro. A médio prazo são poucas as hipóteses de melhoria do nível e qualidade de vida da nossa população, parecendo inevitável o aprofundamento de algumas das nossas clivagens sociais e financeiras.
    Bem sei que foram as muitas e fortes ameaças externas que nos forçaram ao exercício e agora tudo nos é apresentado como inevitável.
    A resolução da crise ganhou centralidade. No cerne temos de evitar a recessão profunda, a exclusão e o retrocesso ético.

    É necessário que passemos o mais depressa possível para um estádio de reflexão colectiva que aponte para onde queremos caminhar, para onde podemos efectivamente ir e como podemos lá chegar. Aos exercícios que vão sendo assumidos no plano político é essencial juntar os ingredientes que os tornem maioritariamente aceites no plano económico e social, sendo fundamental fixar objectivos verdadeiramente mobilizadores e estabelecer as estratégias consequentes. Em ambos os casos compreensíveis por todos.
    Então isso não é o que compete aos políticos? De facto é. O complicado é que se tem observado entre os que fixam, e os resultados que efectivamente são alcançados lhes têm retirado qualquer credibilidade e até efectiva utilidade a este nível. E acontece também nos do governo.
    Entre nós, temos o reiterado hábito de chamar objectivos a uma série de desejos que não são nem para cumprir nem cumprem as exigências básicas para ganharem aquela condição, isto é, não possuem as características para tal exigidas serem realistas, consistentes, hierarquizados e possuírem a capacidade da sua realização. Uma das boas consequências desta crise poderia aqui radicar-se.
    As crises não afectam todos de maneira igual. Nem os países. Na Europa os países mais afectados são Portugal, Espanha e Grécia, para lá da muito e ex-louvada Irlanda. Talvez seja tempo de nos questionarmos se teremos algumas características comuns que nos empurram para a situação em apreço?
    Ou será mesmo que o nosso modelo de desenvolvimento tem de ser diferente por nos julgarmos diferentes?
    Creio que na nossa ambição, os recursos de base a requisitar mais intensamente são a visão, o investimento, as competências técnicas e o conhecimento distintivo aplicável em inovação. O imaterial ganhou força!
    Se os problemas são complexos e sistémicos as soluções terão de o ser também, embora todas devam ser apresentadas no plano operacional numa formatação simples e com uma aplicação simplificada.

    Se queremos sobreviver é impossível adiar, da confusão tem que resultar a regeneração.

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  22. Com a sua permissão, uma reflexão ou um desabafo sobre o “ Portugal de hoje “

    O paradigma económico, social, político e cultural em que vivemos soçobra a olhos vistos. Quem nos dirige não possui estofo de estadista nem a dignidade de confessar a sua impotência.
    Ninguém analisa, explica e debate a origem do mal.
    Os nossos intelectuais mergulharam na nostalgia demencial dos seus insuportáveis universos e das suas angústias insignificantes, desligados das obrigações difíceis que, moralmente, lhes são exigidas.
    O jornalismo não explica porque não sabe. É penoso ler o que preopinantes impreparados escrevem sobre o que nos rodeia e, afinal, nos limita e escraviza.
    Uma imprensa pejada de comentadores do óbvio notoriamente inclinada para um só lado da história.
    As televisões atingem os níveis da desonra. São, exclusivamente, "telelixo", humilhações que nos infligem.

    A padronização do mundo, favorece o "pensamento único" como democracia de superfície e a abdicação de pensar.
    A possibilidade de explosões sociais inorgânicas que podem pôr em causa a própria definição de sociedade, tal como a entendemos não é de excluir.

    A solução não será virar tudo do avesso? A dúvida que me inquieta e atormenta.

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  23. Mario,
    nunca visitei Portugal, por isto tenho que compartilhar o olhar de um estrangeiro: o diretor de cinema alemão Wim Wenders dá o tom da ópera no seu filme "O céu de Lisboa". Nele, o protagonista se desloca de carro por toda a Europa até se deparar com a fronteira lusitana. É aí que ele enfrenta toda a maior desolação e abandono na viagem, ou seja, é o retrato mais eloquente de um país entregue às traças.

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  24. Boa definição "um país entregue às traças". Não diria melhor.

    Grassa no país, a incompetência, corrupção, burocracia e o mais grave é que o sistema judicial é um país dentro do país. Mais, o conluio com o poder politico é abominável. Um bom exemplo é o processo Casa Pia. Quando o escândalo chegou ao grande público, estavam envolvidos dezenas de politicos e grandes senhores da alta finança. Resultado, todos eles como por um acto de magia foram ilibados e processaram a comunicação social por difamação. Ganharam.

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  25. Com a sua permissão. Por anologia " Uma decepção chamada politica em Portugal "


    A pressão que se abate sobre Portugal é financeira e especulativa, as suas causas são económicas e estruturais, mas a crise que vivemos é fundamentalmente política.

    Sem ruptura política não se sairá dela.

    A crise é uma crise de confiança nos representantes, nas instituições e nas formas de representação.

    A desconfiança não é, naturalmente, uma novidade na vida democrática. O que é novo é que a tensão entre a confiança e a suspeita, que é constitutiva da democracia, se tenha vindo, sobretudo no último ano, a desequilibrar tão brutalmente para o lado da desconfiança, reduzindo a confiança ao mais baixo nível que ela conheceu nas últimas décadas.

    A democracia deixou de funcionar com base na confiança cega e no cheque em branco.
    Ela funciona hoje com base na desconfiança e no escrutínio permanente.

    Os líderes políticos que pensam que, porque ganham eleições, representam toda a sociedade e têm um mandato que podem executar de qualquer modo vivem num mundo que já desapareceu há muito, e acabam, mais tarde ou mais cedo, por pagar duramente essa ilusão.
    O novo compromisso democrático que hoje emerge nas democracias contemporâneas, aponta fortemente para a necessidade de se compreender que liderar não é, de todo, impor-se à sociedade.
    Liderar é compreender, explicar e convencer. Um líder deve incentivar e acolher um intercâmbio de pontos de vista livre e sem restrições.

    Incapazes de conviver com esta liberdade, as lideranças acabam sempre encurraladas, assustadas com o povo e a repetir frases feitas.


    A crise não se resolve, com um governo entrincheirado e com uma administração cada vez mais atordoada e caótica. Pelo contrário, é necessário um governo empenhado. Empenhado em todas as áreas da governação, capaz de aglutinar as ideias e as forças que consigam contribuir para elaborar um plano contra o cerco em que vivemos.

    Porém, o País precisa de "primeiro crescer como entidade política”, capaz de se organizar para vencer a adversidade, ganhar o respeito dos outros parceiros europeus e discutir as regras do jogo.

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