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3 de nov. de 2008

Ohka, o avião-foguete japonês tripulado, projetado não para pousar, mas para cair.

O uso de aviões suicidas foi um recurso desesperado tentado pelos japoneses no decorrer do recrudescimento da ofensiva aliada no pacífico, no final da segunda guerra mundial. Depois do horror da maior guerra do século, em 2001 o mundo assistiu estarrecido dois aviões civis transformados em bomba, sendo jogados contra as torres gêmeas do coração financeiro de Nova Iorque.

Apesar dos famosos aviões Mitsubishi Zero terem sido usados também em missões suicidas, ou kamikase, eles eram aviões normais. Diferentemente, o avião-foguete Ohka foi projetado apenas para fazer a viagem de ida.
Yokosuka MXY7-K1 Ohka.

Os Ohka foram criados com o propósito de deter o avanço das forças aliadas no Pacífico. Era equipado com um único assento, para ser lançado de navios e aviões das forças armadas japonesas. No momento em que o piloto se alojava no cockpit, a carenagem era selada por fora, uma prevenção para frustar qualquer tentativa de sobrevivência do piloto, caso ele desistisse do suicídio e resolvesse cair na água.

Contudo, assim como todas as outras armas suicidas desenvolvidas pelo Japão, o avião-foguete teve pouca eficiência na sua missão de deter as forças aliadas. Assim, a sua produção durou poucos meses, tempo suficiente para o término de 755 unidades .
O Ohka tinha um tamanho bastante diminuto, propulsionado por três foguetes alimentados por combustível sólido. Porém, a sua autonomia de vôo era extremamente limitada, o que obrigava o seu navio-mãe, ou avião-mãe a se aproximar perigosamente das hostes inimigas.

Tais perigos produziam afobações e muitas vezes a nave-mãe lançava prematuramente o avião suicida. Por temor da artilharia aliada e em virtude da pouca distância que eles eram obrigados a manter para obter sucesso nas missões, ou as naves-mãe se precipitavam, ou se tornavam alvos fáceis.
Bombardeiro japonês lançando um Ohka.

Os pilotos lançados cedo demais não tinham chance alguma de abortar a missão, em primeiro lugar porque a carenagem era selada por fora e em segundo, porque uma vez terminado o combustível dos foguetes, o artefato caia onde quer que estivesse e explodia as suas quase uma tonelada e meia de bombas.
Painel reduzido do Ohka. Afinal, um piloto que iria morrer em instantes e não teria que pousar, não precisava de instrumentação mais completa.

Na prática os Ohkas não conseguiram infringir nas tropas aliadas os resultados psicológicos e logísticos esperados. O sistema, produzido até março de 1945, embora tenha atingido vários navios aliados, não chegou a causar grandes estragos na frota. O fracasso se deveu ao imenso poder de fogo das esquadras e até de aliados navios sozinhos.

O tiro dos estrategistas japoneses saiu pela culatra, pois as grandes vítimas do sistema foram os navios-mãe que transportavam e lançavam os Ohkas, pois se tornavam alvos frágeis, quando tentavam se aproximar o máximo possível para entrar no alcance da exígua autonomia dos aviões-foguete.
Vista traseira do Ohka.

Fontes:
Yokosuka MXY7-K1 Ohka (Cherry Blossom)
Wikipédia.

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