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12 de nov. de 2008

Achados fósseis da era paleozóica da informática.

A revolução mais espetacular na história da humanidade foi a informacional. Caso a história da computação tivesse o mesmo ritmo da indústria automobilística, provavelmente teríamos rodando alguns mainframes ENIAC melhorados. Caso a evolução dos carros fosse equiparada ao desenvolvimento dos computadores, atualmente nos transportaríamos em carros voadores propulsionados a anti-gravidade.

Apesar da era computacional ter caminhado a passos de gigante, ela nos deu alguns equipamentos que torturaram durante anos os usuários, que no princípio eram NERDS de carteirinha e hoje pode ser qualquer um, até o velhinho que vai receber seu salário mínimo no computador de auto-atendimento da agência bancária.

Cartão perfurado.
Antigamente os cartões eram escritos em formulários quadriculados e depois digitados numa máquina perfuradora de cartões. Eventualmente, o office-boy que carregava uma pilha de cartões, trocava as pernas e derrubava tudo no chão. Estes eventos cômicos foram uma das ocasionais catástrofes dos primórdios da computação.

Mainframe.
A informática nasceu com os grandes computadores que ocupavam andares inteiros de prédios gigantescos. Com a miniaturização dos circuitos, eles foram encolhendo, encolhendo e foram para o lixo. Hoje a maioria das empresas prefere abordagens de processamento em rede, do que apelar aos mastondontes digitais de priscas eras. Assim, os Mainframes de poucos anos atrás vão para o lixo E-Waste e são exportados, entre outros lugares, para a África, para poluir o meio ambiente e contaminar a pobretagem africana.
O declínio da era do Mainframe coincidiu com a explosão dos computadores domésticos, ou seja, na transformação do computador em bem de consumo de primeira necessidade no lar.
E-Waste Mainframes em Zâbia, Africa, ecologia
Mainframes apodrecendo empilhados em algum lugar da Zâmbia, África.

Mouse de Bolinha.
Quem não se irritou com estes mouses que trancavam a todo momento devido à sujeita que se acumulava com o uso? Alguns deles eu atirei na parede!

Disquetes de 8, 5 ¼ e 3½ polegadas.
A tecnologia de guardar dados em mídias magnéticas molengas foi um pesadelo que durou décadas. Na era do floppy disk, quando eu tinha que transportar dados valiosos usava a seguinte tática: gravava três disquetes, um original, um backup e um para me prevenir quando o diabo estivesse solto. Foi uma das traquitanas tecnológicas menos confiáveis que a informática já inventou.

Terminal de computador.
No princípio dos tempos não havia monitor gráfico. Havia os chamados “terminais burros”, os terminais TTY que mostravam apenas letras e números nas cores Verde, ou Branca, ou Âmbar (laranja). Os não-NERDS morriam de medo de chegar perto das tralhas, tomadas por eles como máquinas diabólicas de deixar neguinho louco.

Impressora matricial.
Se você pensa que o som de uma Rave é o barulho máximo que os seres humanos podem produzir, é porque nunca visitou uma sala de impressão repleta de impressoras matriciais corporativas funcionando a todo o vapor.

CD - Compact Disc.
Um dos meios de armazenamento mais complicados já inventado. Atualmente ele está completando quase 3 décadas de vida, porém é lento, tem pouca confiabilidade e até hoje a maioria dos usuários não aprendeu a finalizar o processo de gravação. Já cansei de receber CDs com “coisas gravadas dentro”, completamente vazios. Isto porque as pessoas não atinam configurar os complicados programas de gravação. Portanto, é uma tecnologia que ainda continua torturando aqueles que não se renderam às facilidades das memórias Flash USB.
Além disto, os CDs podem durar bem pouco.

Impressora jato de tinta.
Jamais a informática inventará uma coisa mais suja, tosca, ridícula e imbecil do que a tecnologia das impressoras de jato de tinta. Eu sofri anos nas mãos delas, cartuchos explodiram dentro das impressoras, explodiram na minha mão, imundeceram a minha casa, etc. Fiquei anos carregando cartuchos com seringas e agulhas, fazendo buracos neles, enfiando bolinhas de aço, etc. Neste meio tempo tomei alguns banhos de tinta e detonei irremediavelmente algumas roupas.
A gota d’água final foi quando tentei instalar numa impressora HP Inket Buseness 1000 uns cartuchos vendidos através da Internet que prometem ser Chip Full (os cartuchos não perdem a validade) e têm o sistema Bulk, ou seja alimentação contínua de tinta. A traquitana simplesmente não funcionou e tive que mandar todo o kit dos diabos de volta para loja e... desisti no sagrado ano de 2008 de chegar perto de qualquer impressora jato de tinta que cheguem a fabricar.
Vou fazer um post específico sobre este perrengue, mas por ora, compartilho com vocês um texto que achei no Meiobit de um carinha que tomou a mesma de decisão que a minha: depois de 8 anos de sofrimento, ele partiu para uma impressa a Laser e ficou feliz da vida.

Mouse “clitóris” do notebook Thinkpad da IBM.
Só quem teve o Notebook da IBM sabe o que é tentar manejar um clitóris metido a mouse de ponta de dedo. Para quem não sabe o que foi isto, observe na foto a seguir o botãozinho vermelho no meio do teclado. Sim, aquela coisinha que se mexia para todos os lados, funcionava à guisa de mouse.

Formulário contínuo.
Quem trabalhou com impressora matricial alimentada por formulários contínuo, aprendeu o quanto era danoso deixar o bixo funcionando desassistido. Volta e meia a coisa caia na síndrome do leite derramdo; no único instante em que você desviava a atenção, o papel desalinhava, rompiam as remalinas que o engatavam nos tratores e trancava tudo.

Fita de Backup.
Uma vez eu trabalhava no CPD de um cliente, fazendo melhorias num programa em COBOL, quando cometi uma burrada na programação e, como não tinha feito backup no disco rígido, tive que pedir à Analista de Sistema do escritório para baixar o backup de disco do dia anterior.
Resultado: a fita deu pau e como eles faziam backups apenas uma vez por semana, perderam uma semana de dados e eu perdi uma semana de modificações no programa de contabilidade.

A famigerada Internet discada e o patético modem 2k4.
Há alguns anos, quando a Internet finalmente se dignou a chegar no Brasil, vivíamos à base de conexões discadas via Dial-Up e tínhamos a paciência torrada a velocidades lancinantes de no máximo 2400 bps! Depois adquiri um modem Zoltrix 14k e depois cheguei no céu com um modem US Robotics de 56k bps.

Ahh... eu configurava o modem para emitir o ruído característico da negociação de protocolos de conexão, até que, quando conseguia finalmente conectar ao provedor, ficava silente. Então era hora de trabalhar rapidamente para descarregar os emails, pois naquela época ninguém ficava online devido ao susto da conta telefônica no final do mês. No máximo, ficávamos navegando online a partir da meia noite até às seis da manhã, quando a ligação telefônica contava somente um pulso.

Leitura adicional.
Confessions of an Antediluvian Geek - A personal history of computing.

13 comentários:

  1. Eu trabalhava na IBM na área de mainframe. Hiper-modernos e sempre atuais.
    Muitas coisas como "tapes" ainda são usadas, mesmo nos eua, como alternativa mais rentavel

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  2. Hummm cara, vc esqueceu um item importante pelo qual eu passei, ehhehehehh. Os Data coder, aqueles programas gravados em fitas K7 que a gente ficava uma hora fazendo a leitura e no final dava um erro, aí teríamos que começcar tudo de novo.
    Era a velha e "boa" época do TK90, MSX (para quem nao tinha disquetes).
    Mas foi muito boa essa sua postagem, pois agora me sinto no céu, sabendo e vendo o que também passei no passado.

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  3. A era dos mastodontes mainframes não acabou, ele sobrevivem nos maiores ambientes corporativos de planeta, ainda confortavelmente instalados em salas especiais com ar condicionado. O problema das Tapes é que os backups devem ser redundantes para serem confiáveis, pela lei do diabo, três: um titular, um reserva o terceiro para quando a terra está fugindo embaixo dos teus pés.
    Eu me debati um pouco com as fitas K7 num CP-400, mas era apenas para jogos em assembly, não cheguei a rodar aplicações BASIC a fú nelas.

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  4. Você vê muito pelo lado negativo, pense, como seria sem essas "inovacoes tecnologicas", concordo com todos, o main frames ainda vivem, e viveram por muito tempo, ainda mais com virtualização, você pode ter varios sistemas operacionais simultaneos.

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  5. O mouse de dedo do ThinkPad é excelente!!! É muito cômodo mexer o mouse sem precisar tirar a mão do teclado! Ah... eu tenho um TP e não penso em comprar outra marca, não viveria sem isso!

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  6. Um vc não flw sobre data coders eu ainda tenho umas tapes aqui com progamas de meu tk-82 (claro que não funcionam mas o saldosimo de minha parte é forte)... esse laptop que vc postou nem tão velho é o monitor dele é colorido e tudo....Primeira lei da progamação num gravou e regravou seu progama em cobol dançou ......

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  7. eu sou dessa epoca kkkkkkkkkkkk
    vi td isso ai evoluindo e por isso me apaixonei pela computacao

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  8. Isaías, desculpe a brincadeira, mas vc tá bem velhinho, né? Kakakakakaka

    Não tenho nem idéia do que são essas impressoras matriciais barulhentas.

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  9. Meu Deus do céu! Eu cheguei a usar cartões perfurados (em linguagem ForTran; alguém ainda usa isso?)! O mainframe onde eram processados tinha 64 kB de memória... E o mouse "clitorial" da IBM chegou a ganhar um prêmio de design.
    Quanto ao sistema bulk ink,vc deve ter dado azar. Instalei um desses (comprado diretamente da China, através do eBay) na minha Epson R200 e que funciona que é uma maravilha! Pelo preço de um ou dois cartuchos compro tinta suficiente para um ano de impressão -- e olha que imprimo um bocado de coisa!

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  10. tudo no mundo é evolução, então aquilo que vc acha ridículo hoje, foi a semente de toda a modernidade.
    pense bem

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  11. Eu ainda uso mouse de bolinha, tem que limpar as vezes, mas nada complicado, e continua funcionando direitinho...

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  12. Credo, eu me vi em muitas dessas situações ai trabalhar com bobina de fita magnetica, disquete 8 polegadas, fitas K7 no meu primeiro computador domestico (TK90X) e o pior de todos os pesadelos querer dar uma utilidade em 1990 a um honeywell 600.

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  13. Este Honeywell 600 deve ter sido fera! Na pré-história também tentei dar utilidade a um CP-500. Só que ele tinha um basic proprietário que não colaborou muito, o que obrigava que escrevêssemos todo o código.

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