O louco é representado por alguém que se move despreocupadamente sem notar que está prestes a cair em um abismo!
Uma situação muito semelhante está acontecendo atualmente em praias brasileiras, onde atratores luminosos usados em técnicas avançadas de pesca são trazidos pelo mar e por terem a inscrição MATERIAL NÃO TÓXICO são usados por várias pessoas como: formicida, bronzeador, óleo de massagem, remédio para dor nas juntas, inflamações e vitiligo.
Você sabe de onde vem a luz desses atratores?
Ela é o resultado da quimioluminescência, ou seja, resulta da reação entre diferentes substâncias químicas, produzindo outros compostos e liberando luz no processo. Nos bastões “virgens” estas substâncias ficam em compartimentos separados. Há uma ampola de vidro dentro do bastão, quando ela é quebrada as reações ocorrem até o momento em que não há mais reagentes, apenas os produtos.
Desse modo, estes bastões são concebidos para o DESCARTE, mas, ao chegarem à praia, são recolhidos para os mais diversos usos.
Pesquisadores da USP da equipe de Etelvino Bechara estão investigando vários efeitos dos compostos presentes nestes bastões luminosos descartados, que são nocivos à saúde, em especial dos ésteres do ácido clorossalicílico.
O efeito formicida ocorre pela analogia desses produtos com os ORGANOCLORADOS, que causam problemas reprodutivos, câncer e ‘cloracne’ (um tipo de cisto de pele que tem uma coloração escura).
Além disso, indivíduos expostos a altas concentrações de organoclorados podem desenvolver a “Porfiria”, que causa uma fotossensibilidade, de modo que, quando expostos à luz, ficam com a pele ulcerada.
A estrutura do ácido clorossalicílico é muito semelhante aos policlorofenóis, os quais são usados como herbicidas, biocidas ou conservantes da madeira. Por se acumularem em humanos e outros organismos, os policlorofenóis são proibidos em vários países, entre os quais a Alemanha, já que entre seus efeitos estão a mutação genética, câncer e desordens neurológicas.
Afinal, os bastões luminosos são ou não tóxicos?
Como ainda não há estudos específicos sobre os efeitos dos produtos presentes nestes bastões descartados, os mesmos são autorizados a ostentar na embalagem a afirmação de que não são tóxicos, favorecendo seu uso despreocupado por populações litorâneas, que, desse modo, ficam expostas, desnecessária e perigosamente a soluções que podem aumentar o risco de câncer ou desordens neurológicas.
Esse caso me fez lembrar o acidente com o Césio 147 em Goiânia, onde as pessoas se expuseram, despreocupadamente, à radioatividade de um material descartado indevidamente.
Por: Gladis Franck da Cunha.
Referências
BECHARA, E. J. H. et al. Atratores luminosos: poluição na costa brasileira . Ciência Hoje. São Paulo, v.43, n. 257, p. 42-48, março, 2009.
Fontes das Imagens de cartas do Tarot utilizadas: 1- Coaching do ser; 2- Retalhos de vida
Eu não diria loucos mas sim imprevidentes.
ResponderExcluirA bola de neve não pára de engrossar.
Até que um dia... mas a culpa morre sempre solteira.