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12 de jul. de 2009

Bill Gates tinha razão, a história automobilística é um fracasso Futurista!

A história automobilística demonstra um anacronismo impressionante: se pegarmos um motorista do século XIX e o transportarmos aos nossos dias, seguramente em 5 minutos ele terá aprendido a dirigir um dos nossos automóveis.

Este pequeno exercício de imaginação demonstra o quanto o Bill Gates tinha razão quando declarou na COMDEX/1997 (*) que "Se a GM tivesse evoluído tecnologicamente tanto quanto a indústria de computadores evoluiu, estaríamos todos dirigindo carros que custariam 25 dólares e rodando 420km por litro".

A história automobilística, depois de 1 século engessada pelo paradigma do petróleo, originou contemporaneamente um futurismo pífio. Hoje as nossas projeções de carros de futuro são extremamente conservadoras, justamente o contrário do que imaginaram os nossos antepassados em 1930 para o ano 1980. No vídeo abaixo, um casal de noivos se encontra nos céus de uma megalópole futurista, cada um pilotando seu próprio carro voador. Eles, sem a menor dificuldade, comandam a flutuação dos carro e, enquanto os carros permanecem parados, o noivo se desloca do seu carro e caminha pelas asas dos dos veículos até chegar à cabine da noiva.


Via [Davidzondy]

Hoje, para que façamos um futurismo realmente verdadeiro, sem querer avançar muito na direção do teletransporte, precisamos quebrar o paradigma da carruagem sobre rodas. Não aceito um carro futurista ainda escravo da lógica do coche motorizado. O único fator que justifica a manutenção da filosofia atual e até o seu recrudescimento é se pensarmos no futuro como uma distopia, uma era pós-apocalíptica em que todos se voltam contra todos, onde cada um tenta escapar das garras do mais forte. O cinema nos proporcionou a magnífica distopia do Mad Max, em que é plenamente justificável um carro futurista do tipo superturbinado Ford XB
Falcon Hardtop V8 versão GT531, modelo 1973.
Ford XB Falcon Hardtop Mad Max
Num cenário de previsões para o futuro otimistas, portanto utópicas, os carros-conceito que aparecem nos salões de automóveis todos os anos continuam sob um conservadorismo inaceitável, quando se compara as histórias do automóvel e do computador. Enquanto hoje falamos em termos de computação quântica que vai multiplicar por centenas de milhares de vezes o poder computacional atual, os nossos carros ainda dependem da abrasão de pneus contra o solo, são movidos a motores antiquíssimos e poluidores que nada tem de diferente daquele embarcado no primeiro carro fabricado em linha de montagem, o modelo “T” de Henry Ford.

Bill Gates tinha razão e foi incompreendido. Graças a isto a GM, que divulgou um comunicado de desforra ao atrevimento do Bill desqualificando os produtos da Microsoft, está na falência afundada sob peso do conservadorismo. Enquanto isto, os computadores estão prestes a quebrar novamente o paradigma do silício, assim como o fizeram com a válvula e coma miniaturização.

Enquanto a história da computação está prestes a se entrar na sua 3º revolução, a indústria automobilística engatinha com seus motores gastadores, poluidores, ruidosos e fumacentos, sem perspectiva alguma de abandonar a concepção básica do 1º automóvel seriado a sair da linha de montagem em 1908.

Para fazer jus a um futurismo automobilístico realmente revolucionário, teríamos que falar em termos de reatores plasmáticos e flutuadores antigravitacionais e não em rodas, pneus, motores a combustão e lataria. Infelizmente, como a indústria se “desconectou” de um futurismo vanguardista, temos que apelar para as idéias amalucadas de desenhistas de Photoshop, estes sim com idéias que fariam Bill Gates engolir suas palavras.

Eis o automóvel do futuro, voador e dotado de reatores de antimatéria, construído a partir de sucatas de cargueiros espaciais. Só assim poderíamos nos vingar de Bill Gates!

(*) Update:
Conforme apontado pelo leitor Geleia, a declaração do Bill Gates e a resposta da GM é um Hoax (informação forjada na Internet a título de brincadeira) surgido em 1997. Apesar de falsa, mantenho a afirmação no texto porque ela ilustra muito bem a dicotomia entre as indústrias da computação e automobilística, pena que o Bill não tenha sido tão genial quanto o Fake dele!
Fonte: [Snopes.Com]

Por: Isaias Malta.

Artigo relacionado: Por que os Carros-Conceito do Salão do Automóvel não são Carros-Voadores?

13 comentários:

  1. Olá Isaías.
    Essa declaração do Bill Gates não é recente. Não sei de onde vc tirou a informação de 2007 mas ela não é exata.

    Lembro desse acontecido desde a época que entrei na faculdade de ciências da computação, em 1997.

    Se achar a fonte eu te aviso.

    Um abraço.
    Geléia.

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  2. Achei um link interessante.
    veja: http://www.snopes.com/humor/jokes/autos.asp

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  3. Você tem razão, já fiz um Update no texto sobre a informação que se trata de um Hoax. Genial na verdade, porque talvez o mocorongo do Bill Gates jamais teria tido a verve de pronunciar algo tão legal.
    Mesmo assim, mantenho o Fake porque ele vem à propósito daquilo que penso sobre a história automobilística, que vem se mantido à margem dos grandes avanços técnicos em submissão à indústria do petróleo.
    Recentemente comprei um carro Zero e confesso que estou profundamente decepcionado com o produto que eles vendem em pleno século XXI. Um veículo que queima combustível fóssil e faz 10 Km por litro ninguém merece!

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  4. Eles não evoluem esses automoveis pelo fato dos malditos gananciosos que controlam o mundo por de tras das cortinas so visarem a venda do "ouro preto" e enriquecerem o já enriquecido bolsinho deles sem ao menos pensar na saude das pessoas e do planeta.

    Assistam Zeitgeits The Movie

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  5. Faltaram perguntar ao Bill Gates porque o Windows Vista não custa 25 dolares?

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  6. Hehehe, bem lembrado! Parece que a mão da Microsoft vai ter que afinar diante do Chrome OS do Google que vai ser disponibilizado de graça. Ele vai combater as Microsoft com as mesmas armas com que ela matou o Netscape quando ofereceu o IExplorer de graça.
    Que sabe daqui um pouquinho o Windows não vira Free e com código aberto?

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  7. A informação meus caros vem da revista Super Interessante, só não sei o ano e mês mas eu tenho o exemplar guardado(em algum lugar -_-').
    Mas vale também citar a resposta da GM:
    "Pode até ser verdade mas ao tentar virar a direita vc poderia ouvir algo do tipo: Esta ação não pode ser executada neste momento, tente mais tarde."

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  8. as duas industrias sao igualmente odiosas
    uma quer q vc mantenha o objeto durante um tempo estimado d tempo consumindo uma coisa extremamente valiosa e poluidora....
    e a outra produz varios produtos mais baratos e d pior qualidade pra vc ficar depedente deles e assim acabamos fazendo uma quantidade assustadora d lixo ...
    palmas para o capitalismo

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  9. Palmas para o seu comentário inteligente, mais umas linhas e a sua tese dá um post! Realmente, a indústria automobilística é propositalmente anacrônica e a eletrônica é propositalmente descartadora. Nesta guerra de porcos capitalistas, vence que for mais sujo...

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  10. NEU,
    Se todas as frases atribuídas ao Gates fossem verdadeiras, o cara seria um gênio de pessoa. Mas não é. Perguntado sobre a pessoa mais desinteressante que ele entrevistou, o jornalista Roberto Dávila respondeu que foi o Bill Gates. Sujeitinho previsível e enfadonho que jamais empolga e que exige perguntas pré formuladas. Ou seja, ele segue um script mecânico sem nunca se afastar um milímetro dele. Ainda bem que tem os geniais autores de Fakes que humanizam a figura do Bil, tornando-a palatável aos nossos intelectos.

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  11. Crise do petróleo na década de 70, carros beberrões, 2008/09 quebra da GM nos EUA, carros beberrões, eles não aprendem não? e os beberrões estão vindo p Brasil...

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  12. Pessoal, está na hora de pensar em carros elétricos. Talvês eles não voem e a energia de antimatéria ainda não está disponível. Mas acredito ser esta a única opção viável para que o mercado tenha a disposição veículos ecológicos, econômicos, duráveis, de baixo custo de manutenção e desempenho adequado (ou até surpeendente, como é o caso do japonês Ellica). Todos os problemas tecnológicos que impediam a fabricação de veículos elétricos já foram superados. Os problemas que restam são mercadológicos. As baterias são caras porque ainda há interesse de que elas o sejam, mas isto está mudando rapidamente, graças a China, que não está nem ai para os interesses do mercado.

    http://velivre.blogspot.com

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  13. enquanto a tecnologia não for acessível e os barões do petróleo comandarem o mundo, nenhuma evolução será possível. temos que ter consciência de que a tecnologia deve existir para servir ao homem, e não para escravizá-lo. como vem acontecendo.

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