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22 de jul. de 2009

Existe vida fora do cabelo pintado?

As análises sobre a sociedade de consumo são unânimes em diagnosticar que vivemos na era das aparências. Neste contexto, as pessoas valem mais pelo que aparentam do que por aquilo que são, resultando na superação da questão formulada pelo grande William Shakespeare; substituindo a clássica pergunta “ser ou não ser...” da filosofia por “parecer ou não parecer, eis a questão”.



Como resultado das modificações operadas na modernidade, os fatores de diferenciação social migraram das castas para os estereótipos. Um dos indicadores mais fortes de reconhecimento do tipo social é o cabelo. Apenas pelo cabelo você reconhece instantaneamente um Emo, Perua, Jeca, Nerd, Punk, Gênio, Funk, Bicho Grilo, Hippie, Skinhead, descolado, etc.
Evolução dos Cabelos

O apelo do cabelo tem tanta força, que em torno do tema foi construída uma rentável indústria estética que bombardeia incessantemente através da mídia a necessidade urgente das pessoas assumirem estereótipo certo pintando, cortando, alisando, encrespando, implantando, etc.

A estética do cabelo produziu conceitos bizarros, tais como aquele formulado pelo jogador Ronaldinho que confessou ter “cabelo ruim”. Ou seja, o padrão aceito socialmente é a priori caucasiano. Nos comerciais de TV vemos que todos deveríamos ter nascido com cabelos fartos, loiros e levemente ondulados. Todos nós deveríamos ter saído da prancheta de Deus parecendo uma Gisele Bündchen, o símbolo por excelência do estereótipo caucasiano mais valorizado no mercado?
Tudo o que você fizer no seu cabelo vai servir para te enquadrar num estereótipo. Quer parecer descolado? Deixe os cabelos grisalhos. Quer enlouquecer, deixe-os crescerem. O que aconteceu com Rafael Vanucci é profundamente enlouquecedor... e olha que ele ficou muito mais feliz assim!
Se os próprios homens são aguilhoados sob a ditadura capilar, sobre as mulheres a pressão estética é elevada à enésima potência. A compulsão anti-aging é imperativa em comandar as mulheres a encharcarem a cabeça em produtos químicos tóxicos e corrosivos que comprovadamente contém metais pesados, que provocam contaminação e alergias. A pergunta intrigante que este texto deixa às leitoras que sacrificam a sua saúde em prol do estereótipo que exige cabelos pintados é: será esta a única forma de permanecer bela?

Os fatos contradizem a voraz indústria dos cosméticos, pois pode existir beleza fora dos artificialismos das tinturas. Contudo, ter os cabelos grisalhos não significa renunciar aos cuidados imprescindíveis com a aparência. Um feliz exemplo de que pode haver luz no fim do túnel é dado pela modelo Cindy Joseph de 55 anos. O fato dela não ter renunciado à sua naturalidade grisalha, não a impede de trabalhar como modelo e estampar capas de várias revistas internacionais.
[More]

As mulheres que optam por desconstruir o estereótipo que associou indelevelmente cabelo pintado e jovialidade, passam a conviver com pechas menos glamurosas de intelectual, descolada, grunge e natureba. Aí fará a diferença entre manter o cuidado com os cabelos ou não, pois do contrário o povo não perdoa e dispara adjetivos desairosos tais como louca, desleixada, atirada, acabada, desmazelada, etc.

Para terminar, o flagrante de um belo exemplar de anônima beleza nevada que se assumiu e está em paz consigo mesma.

8 comentários:

  1. Rsss...Vocês tão doidos...rssss

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  2. Ok, ok, já escrevi com a certeza absoluta de que isto afeta frontalmente a estética tupiniquim da pintura corporal ritualística. Só estou tentando contrapor um argumento à estética indigenista.

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  3. Prefirro cabelo da cor natural, mas se alguma gata que tem o cabelo preto pintar de ruivo.Mundo minha opinião na hora amo as ruivas mesmo que seja de farmácia

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  4. Coitado dos carecas. Nasceram no mundo errado.hahaha.

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  5. Acho que temos que fazer aquilo que nos deixa feliz...

    Vc se sentindo bem consigo mesmo é oq importa...

    Eu sou loira natural, mas já pintei o cabelo de preto. E atualmente estou loira de novo, mas agora com luzes.

    Gosto de mudar e acredito que mudanças fazem bem para nós ;)


    Maryy

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  6. DORO CABELO COR NATURAL!!!!!!!

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  7. Mulher é um ser inquieto e curioso por natureza, que gosta de experimentar, de mudar. Obeserve, por exemplo, quantas vezes por mês a mãe de vocês mudam os móveis da casa de lugar. Então, é falho o argumento de que mulher só pinta o cabelo para caber em um estereotipo. Eu tenho 27 anos, e já mudei o corte e a cor dos meus cabelos pelo menos umas 20 vezes. Por pura e simples curiosidade.

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  8. Aline, só que tem o aspecto macabro das tinturas cheias de metais pesados. Isto representa uma contaminação bárbara ao longo da vida.

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