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16 de abr. de 2008

Por que a linha editorial da Globo difere tanto das outras redes no caso Nardoni?

Décadas de lutas contra os fatos.
Ao acompanhar o noticiário diário das grandes redes percebe-se que a maneira “sui generis”. como a TV Globo trata o caso do assassinato da menina Isabella Nardoni. Enquanto as outras redes tendem a ecoar os vazamentos normais dos bastidores da polícia, a Globo envergou a toga da defesa.
Ótimo dirão alguns! Não podemos julgar alguém até que os acusados sejam submetidos ao devido processo judicial. Esta é uma precaução que toda a imprensa deve ter para que as coberturas não descambem para o sensacionalismo, na busca frenética por pontinhos de IBOPE.

Porém, uma coisa é fugir do julgamento precipitado e outra é lutar contra os fatos. Vejamos, em dois rumorosos casos anteriores, os homicídios Rugai e do Deputado Coronel Ubiratan Guimarães, a polícia em nenhum momento abriu o leque das investigações para uma legião de suspeitos. Nos dois casos as investigações se circunscreveram no caso Rugai – ao filho do empresário Gil Rugai e no caso Ubiratan – à sua companheira Carla Cepolina. No caso Nardoni a Globo e defesa insistem na existência de uma terceira pessoa: o famoso “vulto preto” que invadiu o apartamento como um fantasma, cometeu a atrocidade e saiu sem deixar vestígios.

Ora, com a moderna tecnologia de investigação forense à disposição da polícia, os peritos não trabalham com margem de erro em casos de exposição pública em redes nacionais. O trabalho investigativo normalmente já parte com o nome dos suspeitos desde o primeiro dia, apertando o pouco a pouco o torniquete das evidências, mesmo antes da divulgação dos temidos laudos periciais, que leva semanas nos casos rumorosos e meses para os inquéritos dos simples mortais.

Todavia, a Globo aparentemente ignorante a todo o cerco das evidências das provas científicas e do muro testemunhal que se ergue sobre o caso Nardoni, se restringe olimpicamente a apontar “divergências dos legistas” e discrepâncias nas provas.

A linha editorial da Globo não preocupa especificamente no caso Nardoni, porque este será resolvido ao seu tempo com base em provas e, provavelmente, num futuro julgamento pelo júri popular. A arbitrária linha editorial da Globo é preocupante quando se trata de coberturas políticas e sociais: a falta de pudor de lutar contra os fatos. (Foi com vergonha que a ex-apresentadora do Fantástico Glória Maria deu a notícia da fragorosa derrota da Globo no plebiscito das armas. Eles morreram lutando contra os fatos até o último instante.)

Então, não se está tratando apenas de linha editorial. Quando uma parte monolítica da imprensa briga com os fatos e fabrica as suas próprias e convenientes versões, já não se pode falar de linha editorial e sim em catequese ideológica.

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