Páginas

Pesquisar

15 de out. de 2008

O nosso amor pelas crianças abandonadas dormindo nas ruas do Brasil se limita a não atropelá-las?

Aceitando o meme do post “Filha da Sé, a Pobreza no Brasil”, de João Magalhães, desabafo a minha visão sobre o câncer social brasileiro, que ao promulgar a Constituição “Cidadã” de 1988, exterminou o futuro da nossa infância.
Foto: Medida para tirar crianças da ruas gera polêmica em Brasília. (De 2007 para cá, esta criança continua dormindo na rua enquanto os políticos polemizam.)

Ao abolir os Juizados de Menores, o Estado brasileiro escolheu deixar as crianças na rua, quando colocou nas suas mãos o livre arbítrio duvidoso da opção ou não de se colocarem sob a tutela estatal.

O ato imperioso de recolher as crianças das ruas foi substituído pelo eufemismo das “abordagens” dos Conselhos Tutelares, que quase nunca obtém sucesso em levar para os abrigos menores completamente dominados pela droadição e pertencentes a adultos que os utilizam como escravos de mendicância, servidores sexuais e aviões do tráfico de drogas.
Foto: Fotogarrafa. (Um dia Brasília deveria se acordar do seu perpétuo sono.)

Quando o nosso herói quixotesco Ulysses Guimarães, do alto do seu sonho de país escandinavo, ergueu a mão para os céus brandindo a promulgação da nova constituição, estava selado o destino de milhões de crianças que se marginalizaram nas décadas posteriores sob a frouxidão do Estatuto do Menor.

Quando visito Porto Alegre, me deparo com crianças dormindo no meio das calçadas, crianças vendendo ou mendigando em semáforos, crianças cheirando crack sob as marquises, crianças sendo usadas das maneiras mais sórdidas e vis, diante da leniência do Estado e dos políticos ladrões de Brasília, que preferem voltar as costas ao Brasil Real.

O Brasil que resolveu o problema das doenças mentais e da drogadição, simplesmente implodindo o sistema psiquiátrico ao longo do governo FHC, sob o lema “humanitário” de “Manicômios Nunca Mais”, resolveu o câncer das crianças abandonadas nas ruas, simplesmente deixando-as exatamente onde sempre estiveram, sujas e maltrapilhas, como resultados abjetos da corrupção política.
Foto: Fotogarrafa. (É importante o ato caridoso de não esmagar descuidadamente o crânio das nossas crianças.)

Eu sou omisso, pois a cada vez que vou a Porto Alegre, a minha compaixão vai ao limite máximo de desviar os pés para não pisar nas crianças que dormem a sono solto nas ruas.

Assim como eu, os outros pedestres compartilham da mesma indiferença. Nós, os cidadãos amparados pela Constituição Cidadã de 1988, nunca chegaremos a notar se um dos pequenos párias que se atravessa no nosso caminho está morto ou vivo, pois para nós, basta não esbarrar neles e seguir o nosso destino.

22 comentários:

  1. Olá, amigo

    Grato pela citação do Repórter Net e pelo post. Textos e fotos refletem bem a situação de miséria em que vive grande parte do nosso povo e que o governo não quer ver.

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. isso é um absurdo

    ResponderExcluir
  3. o nosso que eles falam querido "Brasil" pra mim é uma vergonha preferem colocar dinheiro na meia e cueca do que olhar pelas nossas crianças

    ResponderExcluir
  4. TRISTE CENÁRIO!

    A propósito do abandono de crianças
    Pelas quadras de Brasília

    Chocado estou, constrangido, sem jeito
    Recordo da cena com aquele mendigo
    Garoto franzino a apertar no peito
    Um cobertor sujo seu único amigo!

    Passo a imaginar um mundo perfeito
    Aonde se tem muito amor e abrigos
    Chocado estou, constrangido, sem jeito
    Recordo da cena com aquele mendigo!

    Cenas de horror nos teatros da vida
    Seus atos bem longe de serem perfeitos
    Refletem as chagas da vida sofrida
    Cobrado serei por estes mal feitos
    Chocado estou, constrangido, sem jeito!

    Cruz. Velho – Brasília, 09/12/09-abello

    ResponderExcluir
  5. TRISTE CENÁRIO!

    A propósito do abandono de crianças
    Pelas quadras de Brasília

    Chocado estou, constrangido, sem jeito
    Recordo da cena com aquele mendigo
    Garoto franzino a apertar no peito
    Um cobertor sujo seu único amigo!

    Passo a imaginar um mundo perfeito
    Aonde se tem muito amor e abrigos
    Chocado estou, constrangido, sem jeito
    Recordo da cena com aquele mendigo!

    Cenas de horror nos teatros da vida
    Seus atos bem longe de serem perfeitos
    Refletem as chagas da vida sofrida
    Cobrado serei por estes mal feitos
    Chocado estou, constrangido, sem jeito!

    Cruz. Velho – Brasília, 09/12/09-abello

    ResponderExcluir
  6. Belo poema, linda página literária do triste quadro na capital federal. Enquanto isto, os políticos exterminam o nosso futuro...

    ResponderExcluir
  7. E´.MUITO TRISTE ,MESMO; ESSAS CRIANÇAS ABANDONADAS;EEEEEEEEEEEEEE MUITO EMOCIONANTE , NAO CONSIGO PARAR DE CHORAR , NAO CONSIGO POR NA MINHACABEÇA ESSES POLITICOS CORRUPITOS BOTANDO DINHEIRO NA MEIA ENQUANTO ESSAS CRIANÇAS PASSANDO POR ESSA SITUAÇAO .AO INVES DE FICAR COM ESSAS BOBAGEN DE ROUBO , FAÇA QUE ESSAS CRIANÇAS SEJAM FELISES.JUNTA TODOS ELES E COLABORAM COM ESSAS CRIANÇAS ;PELO AMOR DE DEUSQUE MUNDO ESTAMOS ;NINGUEM MERECE PASSAR FOOOOOOOOMEEEEEEEEEE!!!!!!

    ResponderExcluir
  8. varias pessoas não sabem o que fazer?
    mas penso que tudo que está acontecendo é o fim ´DEUS´já está perto de nós para nos ajudar e nos resgatar..........
    todos que são fiéis a ele vão morrar com ele lá no paraizo o lugar mas lindo que já se viu?
    lembre_se que ele um dia pagou um preço lá na cruz por nossa VIDA!!!

    ResponderExcluir
  9. e difisio ser o que o acondece com a humanidade com as possoas pobres 8 SERIE B

    ResponderExcluir
  10. O PEQUENO

    É noite fria
    de vento forte
    e pequenas mãos roxeadas
    apertam os joelhos
    contra a barriga vazia
    E tenta adormecer
    E tenta esquecer
    a fome do dia

    Não é casa
    nem barraco
    onde o pequeno lavador de carro
    dorme
    como vagabundo

    É debaixo do banco
    da parada de ônibus
    no abandono dos pais
    na indiferença do mundo

    (Hélio Soares Pereira. In:No Laço da Opressão. Gráfica Valci Editora, BSB/DF)
    ...........................

    Este foi um dos poemas que fiz quando vi uma criança encolhida debaixo do banco da parada de ônibus em Brasília.
    ...........................

    NO PONTO DE ÔNIBUS

    Um menino
    chegou
    de repente
    com a chuva
    ao ponto de ônibus
    Roupa suja
    forte odor

    Um menino
    de olhar pequeno
    e distante
    Cansado talvez
    de ser rejeitado
    sentou-se a um canto

    Lábios roxos
    trêmulas mãos
    O menino sem calçado
    deitou e dormiu

    (Hélio Soares Pereira. In:Para que não reste o silêncio. Ed.Bandeirante. BSB/DF)
    ........................

    ResponderExcluir
  11. Hélio Soares Pereira,
    É uma hora para este Blog ter um ilustre poeta contribuindo com seus poemas que reverberam intensamente na consciência social.

    ResponderExcluir
  12. Olho desesperado a cena que me afronta
    Um soldado, o patrimonio guarda alheio
    à criança que cansada dorme ao léu

    desgraçada essa vil indiferença
    faz do homem o mais podre irracional
    Quando banaliza o choro da criança
    configura o desastre social.

    ResponderExcluir
  13. Crianças crescem sinceras.
    Adultos nunca são exatos.
    Quebram a sinceridade delas.
    Triste atmosfera.

    Abandonos são sempre inesperados.
    Impressionam, ficam marcados.
    Parecem anotar como impressões,
    Mas sentem, com abatimento.
    Tão cedo elas não esquecem.

    Tentam definir o amor,
    mas vira ódio o sentimento de afeto,
    por aqueles que elas tanto gostam.

    Perdas incompreensíveis,
    não é necessariamente a morte.

    Cecília Fidelli.

    ResponderExcluir
  14. Cecília, lindo poema sobre a tragédia dos grandes centros!

    ResponderExcluir
  15. FRIO

    No silêncio fininho da noite,
    Na negritude áspera do chão,
    O frio corta a beleza das flores,
    Num movimento rude e trêmulo.

    Dançam tristes as bailarinas,
    Num bailar sem ritmo e automático,
    É o inverno que desperta,
    O sono leve das floras.

    Das pétalas infantis e florais,
    Escorrem gotas de neblina cristalina,
    É o choro do sofrimento incontido,
    Contido nas florzinhas sem abrigo.

    Luz Miranda

    Publicado no Recanto das Letras em 04/06/2011
    Código do texto: T3013521

    ResponderExcluir
  16. alexisabdre diz
    muita maldade dessas pessoas que abomdonam seus filhos nas ruas,min da muito pena...

    ResponderExcluir
  17. REALMENTE É MUITO TRISTE VER CRIANÇAS ABANDONADAS.
    VIVEMOS NUM PAÍS ONDE TUDO SE PLANTANDO DÁ, INFELIZMENTE CONVIVEMOS COM A CORRUPÇÃO EM TODO ÓRGÃO GOVERNAMENTAL E ASSIM A FOME FAZ PARTE DO DIA A DIA DOS BRASILEIROS.

    ResponderExcluir
  18. em quando pensarmos que so existe a sociedade dos ricos e é so ela que tem que ser beneficiada ainda iremos ter uma criança de rua um menor abandonado
    sera que essas crianças quando crecer vao ter escolaridade??ai tambem que nasce uma prostituta ou um bandido um assunto leva ao outro
    VAMOS PENSAR NOS POBRES E NOS ABANDONADOS E NAO SOMENTE NOS RICOS.

    ResponderExcluir
  19. eu acho que esse povo devia parar de colocar dinheiro no bolso dos ricos e ajudar os nececitados que precisam de casa comida e dinheiro pois eles sim precisam de dinheiro e não os ricos eles tem dinheiro até de + mais

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. se cada penssoa ajudase un nesesitando desse era muito bom!

      Excluir
  20. cada sague de uma crianças vao ser derramando sobre aquele que nao faz nada para elas!! tem tanta comida jogada fora!! tem muita gente que olha para essas crianças mais nao faz nada por elas!! olhar sentir pena e facil!! o gesto mais lindo de uma pessoa e olhar com amor en dar un abranço de carinho e dizer asim vou levar vc comigo te dar todos o amor que tenho!!

    ResponderExcluir