Todos que superdimensionam o poder massificador da televisão deveriam refletir sobre o real poder da mídia para o bem. A convocação para o desligamento das luzes no dia 28/03/2009 das 20:30 Hs às 21:30 Hs pegou as pessoas surpreendidas, desinformadas, desinteressadas e apáticas.
O Brasil na sua qualidade de maior queimador de florestas do planeta está pouco interessado na hora do planeta. Os brasileiros ainda não “viajaram” nas implicações advindas do aquecimento global, mesmo que a floresta amazônica esteja se transformando numa gigantesca savana.
Como pessoa humana eu gostaria de ter a minha hora, em que algumas coisas fossem desligadas:
- as queimadas na Amazônia: caso a maior floresta tropical do mundo seja destruída, todas as áreas irrigadas pela umidade provinda da floresta vão virar deserto, a saber, regiões sudeste, centro-oeste e a maior parte da região sul do Brasil;
- a compra de garrafas PET: não adianta somente reciclar, É imprescindível REDUZIR o volume do lixo produzido por cada um de nós;
- troca de sacolas descartáveis por sacolas retornáveis: os supermercados estão oferecendo sacolinhas “biodegradáveis”, como se os consumidores pudessem se eximir da sua responsabilidade. Por uma hora bem que as pessoas poderiam levar as suas próprias sacolas retornáveis ao supermercado;
- cancelar viagens desnecessárias: infelizmente os meios de transporte atuais são os maiores poluidores do planeta;
- reduzir os padrões de consumo e se libertar da lógica do “eu tenho dinheiro, eu posso”. Apesar de ser um planeta de recursos finitos, nas últimas décadas o consumismo desenfreado tem devastado recursos não renováveis – e não temos outro planeta ao alcance para explorar/destruir;
- exigir que as montadoras de automóveis fabriquem carros econômicos. Comprei um Ford modelo KA 1.6 esperando que ele consumisse menos do que uma Parati 1.6 da Volkswagen, me enganei porque um carro bem menor consome o mesmo que um carro bem maior. A indústria automobilística está traindo quem quer pensar no planeta;
- ter menos filhos, ou não ter filhos. O planeta já tem gente demais e botar mais um sofredor no mundo, além de ser um ato catastrófico ecologicamente falando, é um cometimento egoísta porque, com certeza, estamos deixando um mundo destruído aos nossos descendentes;
- um governo que falasse menos de crise e agisse na busca de soluções viáveis para combater os crimes ambientais, um governo que exortasse o povo a consumir menos e não promovesse campanhas criminosas em prol do aumento do consumo.
Mesmo que muitas coisas tenham que ser desligadas por uma hora, um dia ou um ano, se alguma centelha de consciência planetária não se acender na mente das pessoas, de nada adianta passar as próximas décadas perfazendo bonitos atos simbólicos
Autor: Isaias Malta.
Ótimo texto. Por isso que estou pouco me importando com essa "hora do planeta".
ResponderExcluirOs envolvidos nessa campanha são hipócritas. Acham que economizar luz vai resolver os problemas, enquanto outros bem maiores são ignorados. A começar pelos próprios habitantes das cidades que jogam sacos, garrafas, latas, papéis nas ruas como se o tempo se encarregasse de dar fim ao material.
Eu nao acho uma má ideia participar da hora do planeta, mas para tudo dar certo não basta apagar as luzes por uma hora e sim continuar a nao gastar energia a toa e ter conciencia de que os problemas sao reais e fazer pequenas coisas que mudam o mundo. Esses dias eu vi um site que tem varias informaçoes sobre o aquecimento global, quem quiser ver: http://www.natgeo.com.br/br/voce-sabia
ResponderExcluirValeu e gostei do post!
Adorei o post!
ResponderExcluirA hora do planeta foi marketing puro! Devemos nos pergutar o que realmente fazemos para com o meio ambiente? Desligar a luz não faz ninguém mais ambientalmente correto. O que realmente falta é cidadania, dai sim o mundo seria um lugar melhor para se viver!
Anônimo, boas falas!
ResponderExcluirBia, muito boa a referência!
Carol, pelo menos com esta iniciativa originada em Sidney, Austrália, temos um dia por ano, uma hora que seja, para nos lembrarmos do planeta.
O problema é que não é mais tempo de atos simbólicos e sim de ações práticas. Onde estão elas? E a devastação da amazônia continua, assim como a derrubada da Mata Atlântica. Investir em monoculturas de cana de açúcar definitivamente não é a resposta.
Talvez a hora do planeta seja hipócrita pelo adiantado da hora. Já devíamos estar com emissões reduzidas e não "procurar meios para reduzí-las". Isto implica em enfrentar um ponto nevrálgico: a redução do consumo e isto a sociedade capitalista não está preparada para fazer.
Penso que se cada ser humano fizer isto 1 vez por semana, não só desligar as luzes, mas também reciclar seu lixo; aí sim, as coisas vão começar a funcionar. Mas tudo é uma questão de EDUCAÇÃO, não só das escolas, de campanhas governamentais, de ONG's ou seja lá que outra forma tenha - A EDUCAÇÃO COMEÇA EM CASA.
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