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8 de mai. de 2008

Salgar faz mal à saúde?


A pergunta é propositalmente parafraseadora do slogam exibido nas carteiras de cigarros, que pode ser traduzido para o veneno de cozinha nosso de cada dia: “O Ministério da Saúde adverte: Salgar é prejudicial à Saúde”. Não é mais informação baseada em chutômetro, mas resultado de pesquisas científicas recentes que atribuem ao sal malefícios que vai desde a hipertensão a obesidade, passando pelos inchaços nas extremidades, inflamação da tireóide, compulsão pelo consumo de calorias, diabetes, etc.

Aliado ao hábito de acrescentar sal à comida e à salada, os habitantes do mundo industrializado ainda têm um suplemento adicional: vindo do elevado consumo de alimentos industrializados e o uso massivo de temperos prontos. Ora, o cloreto de sódio usado na fabricação de alimentos tem não só a função de reforçar o sabor, como também a de conservação. O problema das múltiplas fontes de sódio impossibilita o controle de pacientes com prescrição de dieta assódica.

Todas as pessoas acham que consomem pouco sal, mesmo porque não o fazem de colher, mas na prática, a ingestão diária supera em muito a quantidade de 3g de sal atualmente recomendada pelos organismos internacionais. Os hipertensos, que deveriam através das mudanças se manter longe do pó branco, ao contrário, acompanham os altos níveis de consumo da população em geral.

Ao longo dos anos, com a irrupção tragédia epidêmica da obesidade, se tornou politicamente correto combater a gordura e o açúcar. As prateleiras dos supermercados ostentam produtos “light”com reduzidos teores de gorduras, mas o preço desta redução é o aumento incrível das quantidades de sódio. Como pode um produto ser light se fornece quantidades generosas de sódio que vão prejudicar a saúde dos consumidores, talvez mais do que a gordura que ele conseguiu baixar?
O sal é o inventor da hipertensão nas sociedades industrializadas. A hipertensão é a mãe de todas as doenças, é o berço de todos os males e da progressiva diminuição da qualidade de vida. Assim, em nome da enorme fome de consumo pelos excessos, a indústria alimentícia fabrica produtos cada vez mais salgados e coloridos. O público repudia os alimentos “sem gosto” e se entrega aos prazeres do vício do paladar ingerindo salgadinhos, snaks, fast-food, batatas fritas, pipocas, bolachas, enquanto os governos silenciam quanto à catástrofe de saúde pública que está acontecendo e levando à falência a previdência social.

Pode-se chamar isso de complacência ou cumplicidade com a indústria alimentícia geradora de milhões de impostos? De que adiantam os impostos se toda uma geração de crianças está sendo destruída pelo consumo excessivo de sal? Devemos deixar que a nossa volúpia por impostos produza uma geração doente, crônica consumidora de remédios? Opa! Toca-se num outro tabu: a necessidade de realização de lucros da poderosa indústria farmacêutica. Então temos que admitir que o governo não mexera nem com uma e nem com outra e por enquanto devemos nos contentar com a singela frase estampada nas carteiras de cigarro: “O Ministério da Saúde adverte: Fumar é prejudicial à Saúde”.

Referências:
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/ju358pag07.pdf
http://www.endocrino.org.br/sala_imprensa_exibe.php?id=98

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