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12 de jul. de 2008

Gilmar Mendes, mais um inimigo do Brasil?


Resolvi fazer uma pesquisa no Yahoo!Respostas com o seguinte termo “Gilmar Mendes” e os 127 resultados serviram para desvelaro mais recente inimigo do Brasil, o mais novo personagem dos Judas que malhamos adicionado à galeria do outros Judas ilustres que já odiamos:

Pc Farias, Collor de Mello, Fernandinho Beiramar, FHC, Juiz Nicolau dos Santos Neto, José Dirceu, Roberto Jefferson, Família Nardoni, etc.

A imprensa fareja constantemente potenciais inimigos, que possam ser malhados em praça pública, esmurrados até a exaustão e... esquecidos.

Sim, esquecidos e tacitamente perdoados pela crônica falta de memória, um dom reconhecidamente brasileiro. O ministro do STF Gilmar Mendes é a bola da vez hoje, amanhã será outra figura, mas as instituições continuam as mesmas.

Contudo, mais prejudicial do que a amnésia brasileira é a falta de discernimento em separar as pessoas das instituições. Gilmar Medes é uma pessoa de carne e osso ocupando um posto chave na hierarquia da república, mas mesmo assim, não passa de um funcionário público enredado no emaranhado de leis, interpretações confusas e conflitos intermináveis de vedetismo entre os poderes.

Como o brasileiro, insuflado por uma imprensa superficial e sensacionalista, permanece sem diferenciar a pessoa da instituição, assim como o político do partido, o Gilmar Mendes inimigo de hoje será sucedido por outro inimigo mais abominável amanhã, perpetuando a instituição ao qual ele faz parte.

Ao invés do ódio do povo se voltar contra um homem à beira da aposentadoria, temporariamente empossado como Presidente do Supremo Tribunal Federal, não seria mais justo colocar em cheque a própria existência do STF, uma instância parasítica da justiça implantada pelo regime militar?

Os ministros do STF são indicados pelo presidente da República, logo eles formam um tribunal político, logo são um colegiado de proteção aos políticos e poderosos.

Que aconteceria com a justiça se o STF fosse simplesmente extinto?
Nada, absolutamente nada, a justiça real, constituída por juízes de carreira, continuaria sendo operada, sem a mínima seqüela sobre o sistema judiciário.

Para quê serve o STF? Teoricamente para dirimir questões constitucionais suscitadas ao longo do funcionamento das altas esferas da república e na prática, para livrar políticos, ministros e magistrados corruptos da cadeia, cumprindo o que reza a sabedoria popular: “só vai para a cadeia o ladrão de galinha”. Os anos de funcionamento deste tribunal de exceção, marcado pelo exercício do mais puro afrouxamento do garrote da lei aos ricos, poderosos e detentores de outra excrescência que perdura neste país como herança do passado monárquico, o fórum privilegiado.

O obstáculo para a dissolução do STF, uma das heranças antidemocráticas do extinto regime militar, é o desejo de não perder um tribunal que maneire a aplicação da justiça sobre as suas próprias cabeças, por parte dos políticos safados que, mormente, legislam de terça-feira a quinta-feira em causa própria.

Então, é hora de pedir ao povo brasileiro que pare de odiar o inimigo errado e passe a odiar a instituição certa; o tribunal de exceção criada pelo governo militar no intuito de engessar o poder judiciário e que continua dando as cartas até hoje. Enquanto o ódio às pessoas acaba quando elas são esquecidas, sem produzir nenhuma mudança prática, o ódio à estrutura pode levar às verdadeiras reformas.

Referências:
Pesquisa do termo “Gilmar Mendes” no Yahoo!Respostas

STF, Gilmar Mendes, inimigos, poder judiciário

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