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23 de jul. de 2008

Quer ganhar 100 bilhões de dólares?

É simples, invente um algoritmo de buscador semântico e bata na porta de um dos grandes da internet atual, que ele te faz bilionário.

Uma verdadeira revolução, que está para ser deflagrada, vai mudar a face da Internet, é a criação de um mecanismo de busca semântica que realmente “entenda” o sentido das frases interrogativas.

Era uma vez os buscadores de papel.
Lembro que nos primórdios da internet brasileira, listas de endereços de sites eram vendidos nas livrarias. Eram publicações de circulação mensal que traziam milhares de endereços organizados por assunto, cinema, esportes, novidades, tecnologia, etc.

Isto aconteceu até a popularização dos sites buscadores na própria internet e dos sites agregadores de links, os diretórios. Quando surgiram os buscadores, eram em inglês e ruins de pesquisa. Traziam qualquer lixo, menos o assunto que procurado. Até que a pareceu uma luz no céu nublado da penumbra internética: o Google trazendo um novo conceito de busca baseada na relevância dos termos pesquisados.

Atualmente há 100% de chances do 100º resultado do Google ser lixo.
Experimente procurar um assunto lá pelo 100º resultado do Google e você comprovará como era o lixaredo dos primeiros buscadores. Como o Google opera com o sistema de hierarquização por relevância, a primeira página contém resultados que partem dos 100% e caem progressivamente. Isto não significa que você não vai encontrar o que procura lá pelo 49º resultado, mas inevitavelmente a quantidade de links fajutos vai crescendo exponencialmente em direção ao 100º resultado.

No reino dos buscadores há o Google, e o resto brigando pelos 20% que sobraram.
A situação atual é bem sólida para o Google. Enquanto os outros buscadores, Yahoo e Live sempre procuraram enfiar goela abaixo seus links patrocinados, o Google espertamente oferece os resultados mais condizentes com as necessidades do usuário. Isto não quer dizer que o Google trabalha pratique samaritanismo, enquanto os outros só pensam em dinheiro, não, ele insere os seus links patrocinados de maneira sutil e em doses homeopáticas, crente de que o internauta não vai se sentir alegre com a entulhação explícita de links patrocinados.

A revolução que ainda não aconteceu.
Por enquanto, a Internet está estabilizada com a posição consolidada pelo Google disparado em 1º, enquanto o Yahoo , Live e o resto dos buscadores brigam por um lugar ao sol numa briga de foice na disputa dos 20% restantes da fatia do mercado.

Acontece, que depois que o Google criou seu algoritmo de busca baseado em verbetes e um complicado sistema de hierarquização, chamado por eles de Page Rank, não surgiu nenhum fato novo no universo dos buscadores. Os internautas aprenderam mais ou menos a criar as suas redes heurísticas e a montar as suas interrogações para os mecanismos buscadores, tecendo redes de palavras-chave que vão refinando pouco a pouco o universo dos resultados possíveis.

Os mecanismos atuais da internet são reprodutores de excluídos digitais.
Porém, nem tudo é um mar de rosas e o Google sabe disto. Uma grande parcela dos internautas nunca aprendeu e nunca vai aprender a procurar coisas nos buscadores, simplesmente porque eles não trabalham ao nível de camadas semânticas e relacionais. Ou seja, as pessoas comuns, que não são Nerds Geeks, não obtém muito sucesso interrogando o Robô do Google através de perguntas do tipo:
- Como viviam os homens na pré-história?
O Google vai dividir a pergunta em verbetes, “pré-história”, “homens”, “viver” e vai apresentar resultados estanques que dificilmente refletirão o principal interesse da interrogação. O robô do Google tende a priorizar o verbete “pré-história” em detrimento dos outros, não reconhecendo que na construção da frase o verbo “viver” é a prioridade do que está sendo perguntado.

O buraco negro da falta de um mecanismo que realize buscas baseadas em contextualização semântica é o que torna cruel o problema dos excluídos digitais no planeta. Atualmente não basta ter um computador para você se incluir, é preciso ter inteligência acima da média para construir redes neurais suficientemente espessas para dar conta daquilo que a internet não faz por você – entender a sua língua.

A revolução vai acontecer?
Tanto o Google sabe, assim como os concorrentes que a solução é mudar radicalmente a forma como as buscas dos Internautas são satisfeitas na Internet. Quem aparecer com o primeiro algoritmo baseado em relações semânticas, vai se tornar com certeza no novo Google, seja ele quem for. No momento em que um robô de busca conseguir “entender” e contextualizar uma pergunta humana, sem dividi-la em verbetes autônomos, certamente ele terá bilhões de dólares à sua disposição e o planeta aos seus pés.

Referências
Links Patrocinados.
Busca Semântica.
Page Rank
Qual é o melhor buscador brasileiro?

Mecanismos de Busca, Google, Yahoo, Live, Page Rank, Busca Semântica

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